ALIEN: O OITAVO PASAXEIRO
por Xosé-Carlos Rios
Hai películas que lle perseguen a un despois de saír do cinema, seguen-no a facer no autobús, fan o próprio cando un está na cama e ao final, “feren” ao afeizoado ao cinema. Estas películas son as grandes longametraxes, as que teñen o éxito na mao.
Hai
películas de terror e otras de ciéncia-ficzón, cando ambas as duas se xuntan, o
resultado pode ter muitas consecuéncias, entre elas, as de abraiar ao
espectador. E isto é precisamente o que fai esta obra de arte, é dicer, Alien.
Coas fotografias de Ridle Scott, o
director (especialista precisamente en fotografia) introduce-nos nun mundo cheo
de escuridades, de nervosismos, de pensamentos malignos, con contrastes de
luces e sombras dese castelo-nave que é o “Nostromo”, onde o monstro é o grande
Alien, personaxe estudada por un profisional do cómic como é H. R. Giger, que
acertou de cheo na idiosincrasia da mesma e por suposto no seu espectacular
físico.
Desde a frialdade de Ash até a
seguridade de Lamber (Verónica Cartwright) existe un abismo, un contraste
evidente (outra luz-sombra) que rematará coa morte do robot (Ash).
As demais personases baroutearán,
enfrentarán-se entre si por un obxectivo ás veces nada concreto. Mentres Alien
segue sementando a morte entre os tripulantes, está de fundo unha outra
personase, a nave “Nostromo”: silenciosa, sen fala, sito perfeito para o
monstro se escorregar por entre as cámaras de ar da nave onde habita a
pantasma, a máquina de terror indestrutíbel e mais intelixente que calquer
humano.
Na imensidade do espazo, os berros
de dor dos homes nos se sinte, agás na nave...
Corredores, luces, vapores e fumes a
rás de chan, esqueiras amarelas e vermellas, todo vale para o desenvolvimento
final onde a única supervivente da nave é Ripley –muller e aparentemente mais
feble...- (Sigourney Weaver) e o seu gato (de importante simboloxia
psicilóxica): serán os que se enfronten face a face co monstro na derradeira
escena desta obra de arte. Alien é derrotado polo home, ainda que Ash dixera do
“oitavo pasaxeiro” que “estaba capacitado a sobreviver nas condizóns mais
opostas”, eis aqui o mais sobresaínte do guión, de Dann O’Bannon, que xa
traballara na Guerra das Galaxias.
O castelo-nave é destruido, Alien
tamén; somentes o home marcha triunfal no espazo insondábel, pero só...
Revista ANLLAR nº 2. Informativo cultural
do Fogar de Santa Margarida da Coruña, decembro 1982.
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REBECCA (1940). UNA VISIÓN CASI WAGNERIANA DE
UN FILM MEMORABLE EN ESTE VERANO DE 2017.
Beatrice Winter vestida de walkiria en Rebecca (A. Hichtkok, 1940)
Me fascina la película de
Alfred Hitchcock, Rebecca (1940, ya
sabéis, con Joan Fontaine y Laurence Olivier, 2 óscar a mejor película y
fotografía en 1941): la he revisto este verano en Blu-ray: magnífica,
evocadora, repleta de belleza humana…y resistente a los malos recuerdos del
pasado, redentora al fin y al cabo: verla en una de esas tardes insulsas y
hastías de verano o en las grises semanas invernales, cuando la sombra del
castillo de Manderley se alarga cual Titangel del rey Marke, al borde de las
rocosas y despiadados acantilados de Cornualles
Cornwall…el mar como
perenne protagonista de la cinta, la espléndida fotografía de George Barnes,
los excelentes papeles de Joan Fontaine (los diferentes rostros que interpreta
van desde una casi adolescente, a una señora hecha y derecha, tallada a base de
hachazos de la vida, en muy rápidos momentos) evocando a sus antepasados
franceses, muy americana ella en plenos y dorados años 40’ (la penúltima década
de la belleza humana del angustioso siglo XX…). No hay palabras ni letras para
evocar esta Obra de Arte del celuloide: sólo hay que verla y me decís.
Hace años, hice el amago de
leer la novela de Daphne du Maurier (por cierto, edición muy cutre, de esas de
editorial Molino, anos 70’: sólo conservo las tapas, el texto “despareció”,
como la Rebecca muerta y siempre resurrecta en los tormentos del Sr. De Winter),
y en ella la hermana del aristócrata inglés Maxim De Winter, la buena de
Beatrice De Winter, que aparece en el decisivo Baile de Disfraces de Manderley,
vestida de Walkyria (¡oh sorpresa de las sorpresas!), toda ella con coletas
rubicundas y pecho acorazado a láminas muy germanizantes, todo un detalle de
los adaptadores del guión del film, Robert E. Sherwood y Joan Harrison…todo
espléndido, pero que yo recuerde, Beatrice asiste a dicha Fiesta de Disfraces, vestida
de “traje oriental”, esto es, que los guionistas eran wagnerianos a todo meter,
por no hablar de la lograda música (excelente Franz Waxman), muy metida en el
claro/oscuro de la costa francesa y las sombras desgarradoras de la mansión
de Manderley, donde la sombría ama de
llaves, la maléfica Sra. Denvers (Judith Anderson, grandiosa) habita y regenta
sin ser localizada ni por un momento por el duro eterno masculino de Maxim. El
Bien y el Mal se enfrentan en estado puro (la estulticia no mancha a ambos:
¡espectacular!), bien para perpetuar la Cadena sombría del Destino (anclada en
el pasado de una lancha a la deriva), o bien para Salvar el Alma de Maxim, al
borde de un precipicio, y ese amor casi juvenil, puro, que ha de ser la
Redención de De Winter, de ella misma su Señora (¿Isolda-Kundry-Senta?), su
matrimonio, a costa de sacrificar ni más ni menos que el sueño de Manderley, en
las costas tristanianas donde el amor puro siempre rebrota. La encarnada lucha
comienza.
J. Carlos Ríos
(AWG).
Suplemento da revista CRÓNICAS WAGNERIANAS, HUGIN & MUNIN, Nº7. 2020.
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NA COMPANHA DOS LOBOS
Título
original: In company of wolves.
Realização
e direcção: Neil Jordan. Intérpretes: Angela Lansbury, David Warner, Graham
Growden. Guião: Angela Carter e Neil Jordan. 1984.
Escena do filme (In Company of wolves, 1984) entre o homem-lobo e Carapuchinha vermelha...
Se somos conscientes do
significado do lobo no entramado da cosmologia e “Weltanschaunng” do mundo
céltico e indo-europeu em geral, esta película é de uma importância não
esguivia. Por primeira vez tenta-se compreender a figura do lobo dentro da
literatura tradicional europeia e se bem a “carapuchinha vermelha” pode ser o
conto mais ajeitável ao guiom deste filme, muitos outros poderiam competir com
a narraçom de J. e G. Grimm. Angel Fole, e com ele todas as tradições populares
europeias contenhem mil e um contos de lobos, desde “o lobo e os três
porquinhos” até a lenda mitológica de Rómulo e Remo. Por primeira vez, dizia,
mas também haveria que engadir que Neil Jordan abarca o tema desde um ponto de
vista excessivamente subjectivo, tendo em conta as possibilidades com as que se
podia contar à hora de abarcar este conto. É uma revisão atrevida da narração
de carrapuchinha visto desde um determinado enfoque psicológico, quase que
poderíamos tildar a este filme como de terror, mas um terror evoluído. Não nos
atreveríamos a encaixar à mesma nem como freudiana nem como junguiana, ainda
que contem uma série de elementos que si pertencem a certas características usuais:
a chamada de atenção ao fálico, ao homem e ao lobo como vencelhados naturalmente,
nessas árvores chantadas verticalmente nas que a nena joga entre o bosco dos
cogumelos gigantes e a referência constante dos “perigos do bosco” aos que
repetidamente a avoa da rapaça se refere, esse bosco (do saber, mas também do
perigo) onde carapuchinha, a jeito de cerimónia tinha que ser bicada pelo moço
que a solicita. Uma chamada interna que brota no coração da moça cara ao não
conhecido, no saber que se oculta no bosco, que invade literalmente toda a
película. E entre a fraga está o Rei, o lobo com o que ela quer viver
inconscientemente e pelo qual se sinte atraída não se explica porquê. Atracção
fatal e felicidade por essa consagração se transluzem na belida jovem e boa
actriz, Angela Lansbury. O sonho de uma rapaça dos nossos dias é o que serve de
engarce para narrar toda a obra, cuja irmã é devorada por um lobo. A força dos
sonhos e a interpretação dos mesmos não é uma mera justificação. A líbido está
presente como dizíamos ao longo de todo o gião, e as interpretações
psicoanalíticas podem relacionar ao lobo como ao pai da nena, “o que trae aos
nenos” (igual que a cegonha, que psicologicamente é masculina), o que possue a
força, o que se enfada, daí as inexplicadas miradas estranhas entre o pai e a
nena, que quizais poderiam ocultar a atracção da jovem para com os cánidos. A mãe
pode-se desdobrar também em lobo, e como os mitos (na linha da mais pura
interpretação junguiana), é a que devora aos menos, mas também a que os dá à
luz, tal e como acontece quando o caçador tenta extrair do ventre a
carapuchinha (passagem que não está no filme), como o sol (Jasão) que é
devorado por um monstro marinho para ao dia seguinte rexurdir fora dele.
Estamos cara a uma interpretação astralmitológica dos sonhos, que explicaria a
líbido desde o mito e não necessariamente desde o incesto e o morbo
filio-paternal freudiano. Som os arquétipos míticos os que se
repetem e marcam o inconsciente do homem, os que leva imerso imemoravelmente no
seu sangue e nos seus antepassados. “O mito nunca se inventa nem se forja
conscientemente, senão que é sempre oriundo do inconsciente do homem” segundo
C.G. Jung. A importância que isto tem no eido da psicologia ainda está por
revolucionar a consciência dos que cremos que não todo se pode explicar conscientemente
e menos num mito, daí a transcedência do nosso passado e do mito ao qual
pertencemos. No conto mistura-se a aldeia dos
homens, lendas que teimosamente relatam a avoinha da carapuchinha, missas de uma
fé que é incapaz de explicar as forças e os espíritos que vivem e habitam nas
árvores, nos esquios, nos cogumelos e nos próprios lobos, que podem ser esses
homens que, atraídos por forças inexplicáveis, rematam a viver na Todopoderosa
Fraga, às vezes mimetizada pela memória colectiva em demo ou semelhantes. As
profecias de Isaias (Isaias.Capit.XI) nada podem (note-se a ridiculizaçao que
fai a velha ao crego da aldeia) contra das aranhas negras que caem riba da
Bíblia de uma fé duvidosa. Esta perspectiva não a perde Neil Jordan, que quando
a estreou deixou surpreendidos aos entendidos de cinema “á la modée” ainda que
ao nosso parecer fica-se curta. Tecnicamente é uma longa-metragem mui cuidada,
sobranceando a recreação ambiental e os efeitos especiais com os que logra as
transformações de homens em lobos, onde Rosaleen joga literalmente entre
situações fantásticas, sensuais, violentas, duns sonhos que assim mesmo
pervivem, por serem míticos, no subconsciente de uma adolescente contemporânea.
O conto é às vezes um conto dentro doutro conto e, curiosamente o sonho é essa
pantalha desde a qual, como di J. Cooper, podemos ver realidades dos mundos
interiores de cada um de nós, plasmados nas lendas, contos e mitos da nossa
grande e rica tradição cultural. O final é majestoso, a diferença do relato
normalizado: Rosaleen converte-se em loba e regressa ao bosque com o seu amado
lobo. Bosque do qual nunca nos devimos alonjar.
José-Carlos Rios
Resenha
publicada na revista da Irmandade Céltiga, ITH, nº 4, verão 1988.
Revisado e actualizado.
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